Viúva
Este termo designa simbolicamente a maçonaria,
cujos membros são chamados de filhos da Viúva.
Diz-se que o próprio Hiram,
ancestral lendário da maçonaria,
era filho de uma viúva,
o que seria suficiente para explicar a alusão.
Mas ela parece relacionar-se principalmente com
Ísis, viúva de Osiris, i.e., da luz,
indo em busca dos membros espalhados do
seu esposo.
Essa busca também é a busca do maçom,
que se identifica com Hórus, filho da luz,
como ele.
A reunião dos membros espalhados de Osíris
corresponde à reconstituição da unidade
primordial.
A viuvez da maçonaria, segundo a tradição templária,
poderia, entretanto, não estar totalmente desprovida
de um certo significado, tanto do ponto de vista
doutrinal quanto do ponto de vista histórico.
O emprego desta palavra entre os maçons e
os templários revela também
- sem dúvida, involuntáriamente -
o sentido castrador dos votos que a linguagem
popular, ou a gíria, sempre deu à esse vocábulo.
É a viúva do punho grande,
que designa a mão do masturbador, e, sobretudo,
as estruturas erigidas pela justiça para aplicar
a pena de morte, que os franceses,
com uma surpreendente continuidade,
chamam de viúva, do patíbulo à guilhotina (1628),
e cujo horror fascinante Balzac, comenta:
A viúva, nome cheio de terrível poesia
que os condenados dão à guilhotina.
JEAN CHEVALIER
ALAIN GHEERBRANT
Em o "Dicionário dos Símbolos"
25 edição