"Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra...enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia senguínea e fresca madrugada.
E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e revoada.
Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos um por um, celestes voam,
Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem...Mas aos pombais as pombas voltam.
E eles aos corações não voltam mais...
Raimundo Corrêa (1859-1911) Poesias
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