Aconteceu aos verdadeiros sábios o que se
verifica com as espigas de trigo, que se erguem
orgulhosamente enquanto vazias e, quando se
enchem e amadurece o grão, se inclinam e
dobram humildemente.
Assim esses homens, depois de tudo terem
experimentado, sondado e nada haverem
encontrado nesse amontoado considerável de
coisas tão diversas, renenciaram à sua presunção
e reconheceram a sua insignificância...
Quando perguntaram ao homem mais sábio
que já existiu o que ele sabia, ele respondeu
que a única coisa que sabia era que nada sabia.
Sua resposta confirma o que se diz, ou seja,
que a mais vasta parcela do que sabemos é menor
que a mais diminuta parcela do que ignoramos.
Em outras palavras, aquilo que pensamos saber
é parte - e parte ínfima - da nossa ignorância.
MICHEL DE MONTAIGNE (1533-1592) Ensaísta francês
"An apology for Raymond Sebond". Londres 1991, pg 558
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