"Veja", cantou, "a rosa florir
modesta e virgem no seu cálice
que ainda meio aberta meio escondida,
quanto menos se mostra, mais bela é.
Eis que depois já atrevida
estende o próprio seio nú:
e depois, lânguida, não parece aquela,
não parece aquela que anteriormente
foi desejada por mil donzelas e mil amantes.
Assim feneceu ao fenecer de um dia
a flor e o botão;
mesmo a primavera voltando,
a rosa não florece nunca mais, nem se renova.
Colhamos a rosa nesta doce
e bela manhã, que tão rapidamente perde o viço
colhamos a rosa de amor; amemos quando
se pode ser amado amando."
TARQUINIO TASSO (1544-1595) Poeta italiano
Jerusalém libertada, XVI, oitavas 14-5
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