Quando se reflete que o europeu, o negro,
o chinês, o americano, o homem policiado,
o homem selvagem, o rico, o pobre,
o habitante da cidade, o do campo,
tão diferentes entre si por todo o resto,
assemelham-se a esse respeito e têm todos
o mesmo limite, o mesmo intervalo de tempo
a percorrer desde o nacimento até a morte;
que a diferença das raças, dos climas,
dos alimentos, das comodidades, não faz
qualquer diferença para a duração da vida;
que os homens que se alimentam de carne crua
ou de peixe seco, de sagú ou de arroz,
de caça ou de raízes,
vivem tanto tempo como os que se alimentam
de pão ou de iguarias preparadas,
reconhecer-se-á com ainda mais clareza
que a duração da vida não depende nem dos
costumes, nem da qualidade dos alimentos;
que nada pode mudar as leis da mecânica
que regulam o número dos nossos anos,
que só é possivel alterar
por excesso de alimentos ou
por dietas demasiado rigorosas.
GEORGES LOUIS LECLERC DE BUFFON (1707-1788)
De l'homme, 1794, cap 5.
De la vieillesse et de la mort, François Maspero.
Bibliothéque d'Antropologie, pag.150
Nenhum comentário:
Postar um comentário