Nos engenhos, tanto nas plantações como dentro de casa,
nos tanques de bater roupa, nas cozinhas, lavando roupa,
enxugando prato, fazendo doce, pilando café;
nas cidades, carregando sacos de açucar, pianos,
sofás de jacarandá de ioios brancos
--- os negros trabalhavam sempre cantando;
seus cantos de trabalho, tanto quanto os de Xangô,
os de festa, os de ninar menino pequeno,
encheram de alegria africana a vida brasileira.
...............................................................
Mas não foi toda de alegria a vida dos negros,
escravos dos ioiôs e das iaiás brancas.
Houve os que se suicidaram comendo terra, enforcando-se,
envenenando-se com ervas e potagens dos mandigueiros.
O banzo deu cabo de muitos.
O banzo - a saudade da África.
Gilberto Freyre (1900-1987) sociólogo e escritor brasileiro.
Casa Grande & Senzala
Nenhum comentário:
Postar um comentário